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                  ÁGUAS  LINDAS DE GOIÁS   
                    01-06-1995 
                      
                  Meus  amigos Leo e Iraci, da Agropecuária Amoril, estão eufóricos. Acreditam que está  próximo o desmembramento de Águas Lindas, do município de Santo Antonio do  Descoberto (este, por sua vez, desmembrado na década passada do Município de  Luziânia). 
                    O governador Maguito teria dado todo o apoio ao processo emancipatório, abrindo  espaço para um próximo plebiscito. 
                    A região, já muito populosa e em fase de expansão acelerada, é carente de tudo:  luz, água, telefone, saúde, educação, esgoto, pavimentação urbana. Tudo, mesmo. 
                    Valparaíso, na rodovia para Belo Horizonte, fez o seu referendo na semana  passada e separa-se de Luziânia.  
                    Já era maior e mais populosa — e mais problemática —  do que a sede municipal. 
   
                    Municípios crescem às dezenas pelo Brasil afora, apesar das medidas federais  evitando sua proliferação. Já são mais de cinco mil municipalidades, o que não  é demais para um país gigantesco como é o nosso. O problema é como instalar e  manter um novo município: construir edifícios públicos, contratar funcionários,  pagar edis e prefeitos. O Fundo de Participação dos Municípios é o grande chamariz.  
                    As prefeituras estão mais capitalizadas, em seu conjunto, do que os Estados e a  União, depois da constituição de 1988 mas, por erro dos congressistas, não  assumiram as responsabilidades ampliadas da educação, saúde, transportes,  segurança, etc. Gastam boa parte do que arrecadam e recebem em obras, não raras  vezes, inúteis.  
                  E o Estado e a União não têm mais os recursos para tais responsabilidades  sociais. 
                   
                    Deve acontecer alguma reforma do Estado no governo Fernando Henrique. Algum  acordo deverá celebrar-se para uma parceria mais efetiva entre os poderes  federal, estadual e municipal. 
                    Ninguém acredita que a simples emancipação política do município resulte em  solução imediata dos problemas locais mas a maioria acredita que tal  emancipação abre passo a níveis de gestão da coisa pública mais próxima da comunidade.  É possível e é desejável. 
                    Esta fé alicerça o entusiasmo de meus anos do Parque da Barragem.  
                
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